82 anos do Rei Pelé

Por Guilherme Guarche, Centro de Memória 

No dia 23 de outubro de 1940, uma quarta-feira, vinha ao mundo na mineira Três Corações, distante 287 km da capital Belo Horizonte, o menino Edson Arantes do Nascimento. Filho de João Ramos do Nascimento e de dona Celeste Arantes, o nome dado ao garoto foi uma homenagem ao inventor norte-americano Thomas Alva Edison.

A casa onde nasceu o futuro Rei do Futebol localiza-se na antiga rua 13, que hoje tem o nome de seu filho mais ilustre, o Atleta do Século, Pelé. Apesar de ter nascido em Três Corações, a infância do garoto precoce foi vivida em Bauru, aonde chegou no ano de 1945, quando tinha quatro anos e 11 meses e seu pai, Dondinho, foi contratado para jogar no Lusitana FC, atual Bauru Atlético Clube. 

No seio familiar era conhecido como Dico. Ganhou o apelido Pelé, entre os colegas de rua, quando seu pai jogava no Vasco da Gama de São Lourenço, que tinha um goleiro chamado Bilé e a torcida do time sempre gritava “Boa Bilé, Segura Bilé, Grande Bilé”, e essas frases ficaram marcadas na cabeça do garoto Dico.

Nas peladas de rua, em Bauru, cada vez que jogava no gol nas brincadeiras com os outros garotos, ele mesmo gritava, se auto elogiando: “Boa, Bilé!”. Os garotos não entendiam direito o que o futuro Rei gritava e achavam que era “Boa Pelé”, e então passaram a chamá-lo de Pelé.

Daí nasceu o nome Pelé, que segundo ele não achava graça nenhuma em ser assim chamado e por emburrar com o apelido o mesmo acabou pegando. Hoje, o Rei agradece aqueles garotos pelo fato do apelido Pelé ter se transformado em marca mundial conhecida em todos os quatro cantos do planeta. 

Foi o ex-jogador Waldemar de Brito que trabalhava como técnico das categorias de base do Bauru AC e por ser amigo de Dondinho que jogava no time do BAC quem o convenceu a levar o menino para jogar no time do Santos, que era o então Campeão Paulista. 

E assim Pelé chegou ao time do Alvinegro Praiano em julho de 1956 e jogou a primeira partida na equipe principal no dia 7 de setembro de 1956 na vitória pelo placar de 7 a 1 com Pelé marcando um dos gols na goleada santista. 

No Santos, Pelé permaneceu até o dia 2 de outubro de 1974 após jogar 1116 partidas e marcar somente com a camisa do Alvinegro 1091 gols.  No dia 19 de novembro de 1969, Pelé marcava o seu milésimo gol no Estádio do Maracanã um feito digno de um grande artilheiro. 

Pela Seleção Brasileira Pelé jogou 113 partidas e marcou 95 gols atuou em 4 Copas do Mundo e venceu as copas de 1958,1962 e 1970. No Santos as principais conquistas foram os dois Mundiais Interclubes, duas Taças Libertadores, seis Campeonatos Brasileiros, três torneios Rio-São Paulo, uma Recopa Sul-americana e uma Recopa Mundial e dez Campeonatos Paulistas. 

Foi também o artilheiro máximo do Paulista por 11 vezes sendo que no ano de 1958 estabeleceu o recorde de 58 gols número esse até hoje não atingido por nenhum outro jogador no certame regional. 

No ano de 1999 a Unicef deu a ele o título de Maior Futebolista do Século. A revista France Football concedeu ao Rei a Bola de Ouro referente aos anos de 1958/59/60/61/63/64 e 1970.

Frases ditas sobre o Rei Pelé pelos antigos companheiros do Santos:

“Vou fazer uma confissão: durante os 12 anos que joguei junto com o Pelé, aprendia com ele em campo, como se fosse meu professor. No décimo segundo ano em 69, em campo, ele continuava a criar jogadas. Eram bem diferentes das que havia criado no começo da carreira… criava lances que você não via nos treinos e, de repente, no jogo, ele fazia, como a tabela na perna do zagueiro, por exemplo”. (Pepe).

“Acho que a bola, quando chegava pra ele, vinha com cola. Foi o jogador mais perfeito que eu vi dominar a bola, de peito, no ar. A técnica dele era fantástica de se ver. Eu aprendi muito com ele, claro. Era meu ídolo. Mas isso era coisa dele. É um dom, é nato. O Homem lá de cima falou pra ele: ‘Você vai ser o cara’ ”. (Edu).

“Pelé tinha um físico impressionante e driblava para frente, não para o lado. Por isso, quando passava o adversário, não conseguiam mais pegar ele. Além disso, tinha seu domínio de jogo, sua visão de jogo e capacidade para antever os lances. Enquanto passava um lance pela minha cabeça, tenho certeza de que na dele passavam dois ou três”. (Lima).


“De vez em quando, ele estava meio apático e, de repente, tum!, explodia. Cada gol que ele fazia que era brincadeira! Você tinha que tirar o chapéu. Tinha que chegar e dizer: “Para tudo. Acabou o futebol”. (Dorval).

“Quando perdemos o Pelé (na Copa de 62), foi o maior susto da história pra nós. Foi uma distensão muscular, então sabíamos que ele não ia jogar o resto da Copa. Quer dizer, então nós perdemos meio time, né? O Pelé era nosso maior artilheiro, então foi difícil assimilar a saída dele. Mas no fim deu certo. O Amarildo entrou e foi muito bem. Mas que foi um susto muito grande foi, né? O time do Brasil era muito bom, mas Pelé era fenômeno”. (Zito)

“Aprendeu a chutar com as duas pernas, Chutava com um só, Aí com a outra ele começou a chutar e ficou maestro com as duas. Treinava muito. Ele, Pagão, Tite, Raimundinho, Del Vecchio. Esses que ficavam chutando até escurecer. E o seu Rocha, que era o roupeiro, queria ir embora pra casa e não podia por que tinha que ficar esperando eles”. (Formiga).

“Eu posso falar com convicção, pois estive com ele, convivi todo dia com ele. Então é um jogador que nem precisa estar comparando com ninguém. Não tem comparação nenhuma, nenhuma, nenhuma”. (Mengálvio).

“Ele conseguia agradar a gregos e a troianos. Então acho que para falar do Pelé sobre qualidade, deixa a desejar, não tem por que. Todas as qualidades dele foram sensacionais. Eu tive o privilégio de estar lá, de jogar foram sensacionais. Eu tive o privilégio de estar lá, de jogar ao lado dele, como outros jogadores. Então, se eu não tivesse sido jogador de bola, eu gostaria de estar em todos os jogos que ele jogou, para ver a beleza que era o negócio. Eu vi de pertinho”. (Coutinho). 

Todos os gols do Rei: 

Jogando pelo Combinado Santos/Vasco : 06 gols 
jogando pela Guarda-Costeira – 10 gols 
jogando pelas Forças Armadas – 03 gols
jogando pela Seleção Paulista – 09 gols
jogando pelo Sindicato dos Atletas – 03 gols
jogando pelo Cosmos – 66 gols
jogando pelo Santos FC – 1091 gols
jogando pela Seleção – 95 gols 

Total :  1282 gols 

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