No dia 21 de outuro de 1998, o Santos FC conquistava a Copa Conmebol, ao empatar com a equipe do Rosário Central em 0 a 0, jogando a partida decisiva no estádio Gigante de Arroyito em Rosario na Argentina. O Peixe formou nesse encontro, que ficou conhecido como a Batalha de Rosario, com: Zetti; Anderson Lima, Sandro, Claudiomiro e Athirson; Marcos Bazílio, Narciso, Élder e Eduardo Marques; Fernandes (Baiano) e Alessandro (Adiel). O técnico era Émerson Leão.
Para trazer o troféu para o Memorial das Conquistas na Vila Belmiro, o Alvinegro disputou 08 partidas, tendo vencido 04, empatado 03 e perdido uma partida, marcando 14 e sofrendo 06 gols.
Na primeira partida da fase final diante do mesmo Rosário Central, o Santos FC venceu na Vila Belmiro com um tento solitário de Claudiomiro, na partida que teve os santistas Viola e Jean expulsos de campo e também o técnico Leão. Já do lado dos argentinos foram expulsos três jogadores.
Nessa partida decisiva, além dos dois jogadores expulsos, o Santos também não pode contar com os jogadores Argel, Lúcio e Jorginho que estavam lesionados. A comissão técnica santista exigiu, após reunião com o presidente da Sulamericana Nicolas Leoz, que houvesse mais segurança para todos os membros da delegação santista, que contava com apenas 15 jogadores no total do grupo e o resultado da reunião com os dirigentes da Sulamericana foi que o jogo só se iniciou com 50 minutos de atraso. Até o técnico Leão, suspenso acabou ficando no banco de reservas do Peixe.
O Peixe utilizou nessa Copa os seguintes jogadores: Zetti (g), Argel, Athirson, Anderson, Claudiomiro, Sandro, Lúcio, Narciso, Viola, Jorginho, Adiel, Nando (g), Jean, Baiano, Dutra, Élder, Marcos Bazílio, Fernandes, Alessandro, Baez, Fernando Fumagalli, Fernando, Eduardo Marques, Gustavo Nery e Ronaldo Marconato.
O jornalista André Rizek, enviado do jornal LANCE, testemunhou os incidentes ocorridos com a delegação santista na Argentina e escreveu:
Violência em Rosário
“Quando a delegação do Santos chegou ao local da partida, às 19hs55min, faltou pouco para acontecer uma grande confusão. Torcedores jogaram vários objetos nos atletas brasileiros e a polícia teve muito trabalho para conter a fúria dos torcedores do Rosário.
A cidade de Rosário cumpriu ontem, o dia todo, a promessa de que iria parar para ver o jogo.
A calle de las Paineiras, uma das principais da cidade, ficou lotada de carros fazendo buzinaço.
Para completar o clima de euforia, espalhou-se na cidade um boato, desmentido somente momentos antes do jogo, de que Pelé estaria em Rosário. Um badalado rstaurante de peixes e frutos do mar, chamado El Retiro, chegou a anunciar que estava aguardando Pelé para um jantar após a partida.
Desde as 17h (horário da Argentina), a torcida já chegava ao estádio. Não tardou para que todas as dependências do Gigante Arroyto fossem tomadas”.
O goleiro Zetti visivelmente emocionado após a partida disse que:
“Passei dez dias muito tristes pela morte do meu pai. Agora estou muito feliz. É a primeira vez que chego em um estádio debaixo de tiros. Essa molecada suportou tudo isso. Isso é importante para a carreira do Santos FC e para a vida de todos nós”.
Texto: Guilherme Guarche – Centro de Memória e Estatística