NOTA OFICIAL: ESCLARECIMENTOS DA LIBRA SOBRE POSICIONAMENTO DO CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO

Observamos com surpresa a postura do Clube de Regatas do Flamengo de, por um lado, requerer segredo de justiça em uma ação judicial e, por outro, divulgar à imprensa informações selecionadas e distorcidas, induzindo até mesmo parte da imprensa especializada a erro e disseminando desinformação.

Diante dessa postura, a LIBRA, em seu compromisso com a transparência, com o diálogo e com o fortalecimento do futebol brasileiro, apresenta alguns esclarecimentos fundamentais entre o que é verdadeiro e o que é falso dentro das declarações feitas pelo clube.

1. É falso afirmar que o Flamengo deseja o diálogo.  Quem interrompeu o diálogo foi o Flamengo, com medida liminar sem urgência, obstruindo o fluxo de caixa dos demais clubes da Libra, com o objetivo de pressioná-los economicamente, e sem que estes sequer tenham sido ouvidos no processo. Ato que contradiz o espírito associativo e é o exato oposto do diálogo. A LIBRA representa a vontade coletiva de seus membros em construir uma futura liga robusta e sustentável para o futebol brasileiro na busca por soluções que beneficiem a todos e não só ao Flamengo.

2. É falso que o Estatuto da LiBRA seja omisso sobre os critérios de distribuição de receitas de audiência.  A regra de distribuição da receita negociada coletivamente pela LIBRA está descrita no  Estatuto. Foi aprovada em Assembléia Geral. Por unanimidade. Inclusive pelo próprio Flamengo. E sem ressalvas. Portanto, também é falso que o Clube não tenha concordado com a forma de determinação de audiência descrita no Estatuto da LIBRA.

3. Cadastro não é audiência, e é falso que o Flamengo queira respeitar a decisão dos demais clubes. Insatisfeito com o critério de audiência previsto no Estatuto da LIBRA, o Flamengo propôs que a métrica fosse alterada pelo número de cadastro de torcedores. Cadastro não é audiência, e não se enquadra e nem é mencionado no critério previsto no Estatuto. A proposta de alteração do cálculo de audiência para cadastro que o Flamengo defende pública e judicialmente foi levada à votação em Assembleia Geral da LIBRA e foi rejeitada pelos demais oito clubes da Série A integrantes da LIBRA. Considerando que foi apenas o próprio Flamengo quem votou favoravelmente e buscou via judicial para reverter a decisão colegiada, é falso que o clube não busca uma “virada de mesa” pela via judicial.

4. É falso afirmar que o Estatuto da LIBRA assegura um “valor mínimo garantido” em benefício do Flamengo. Qualquer mínimo garantido só seria aplicável em benefício de todos os Clubes caso a Libra viesse a se tornar a realizadora do Campeonato. Supomos que o Flamengo saiba que o Campeonato Brasileiro Série A seja organizado pela CBF e que, portanto, tal garantia” não se aplique no atual contexto.

5. É falso que o Flamengo tenha votado contra a mudança das regras. Ocorreu exatamente o contrário. O Flamengo foi o único Clube que propôs a alteração do Estatuto para substituir o critério de audiência para o critério de cadastro. Uma proposta que foi avaliada e rejeitada por todos os demais Clubes de Série A votantes. 

6. É falsa a alegação do Flamengo de que precisaria fazer uso de uma liminar para evitar prejuízos. O contrato atual tem vigência de 5 anos e comporta mais de R$6B em benefício de todos os seus Clubes. Montante suficiente e tempo hábil para que qualquer eventual recomposição pudesse vir a ser realizada em caso de uma votação unânime por alteração em qualquer uma das regras de distribuição de receita. É impossível que o Flamengo sofresse um prejuízo.

Vale lembrar que, se o Flamengo realmente tem interesse em dialogar por um acordo, ou tem a convicção de que está certo, o próprio Clube não faria uso de um expediente liminar desnecessário, e discutiria se está certo no mérito em Mediação ou Arbitragem.

Por que estamos tendo que esclarecer todas essas dúvidas por meio de comunicados à imprensa e não em ambiente técnico e dentro da própria Libra?  Por que o Flamengo preferiu esse caminho ao invés de manter a discussão internamente?

O Flamengo demonstra que há outros objetivos em seus movimentos.

Questionar os fatos e distorcê-los para conseguir apoio midiático com base na desinformação é querer viver uma realidade paralela, de imposição econômica, sem qualquer fundamento coletivo. Uma visão antiquada e solitária.

Blocos de comercialização coletiva, como a Libra e como a LFU, ou uma Liga, quando formada, representarão tudo aquilo que o Flamengo aparenta contrapor nesse momento: a coletividade na negociação de direitos, ampliação de valor e receita, desenvolvimento de qualidade de produto e internacionalização.

Juntos os clubes não valem mais, valem muito mais.

Separados os clubes não apenas valem menos, eles destroem também o valor em toda a cadeia de negócios que cerca e faz parte do futebol.
Ao invés de trabalharmos pelo futuro do futebol brasileiro, estamos aqui presos a uma discussão antiga e repetitiva sobre quem ganha mais, e sobre quem quer ganhar ainda mais; enquanto os assuntos importantes restam à margem do debate. 

A Libra tem um respeito absoluto pela instituição Flamengo, pela sua história emblemática, por suas muitas conquistas e, principalmente, por sua torcida – essa, que merece o futebol brasileiro que Flamengo se nega a construir. No entanto tem também o mesmo respeito por todos os seus demais membros, todos os clubes do futebol do Brasil e todos os seus milhões de torcedores apaixonados.

O futebol brasileiro não tem um dono. 
Tem milhões. 
Tem 212 milhões de donos.

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