Em 2010 valeu a coragem

Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Nessa quarta-feira o Atlético Mineiro recebe o Santos pela Copa do Brasil, como há nove anos. Há semelhanças e diferenças nesses duelos. Aquele foi pelas quartas-de-final, no Mineirão, esse faz parte das oitavas e será jogado no Estádio Raimundo Sampaio, popular Independência. No essencial, entretanto, a situação é a mesma: assim como em 2010, as forças se equivalem e o mando de campo deverá ser decisivo.
Naquele desafio o Santos era uma equipe jovem, atrevida, que seguia à risca sua tradição ofensiva, mesmo fora de casa. Garotos como Paulo Henrique Ganso, Neymar, Wesley e André tinham recebido o reforço do ídolo Robinho e formavam, sob o comando do técnico Dorival Junior, um conjunto demolidor.
Um pouco mais experiente, o Atlético Mineiro, dirigido por Vanderlei Luxemburgo, tinha uma equipe sólida, em que se destacava Ricardinho no meio e Diego Tardelli no ataque. Outra força do time vinha das arquibancadas do Mineirão, tomadas por 46.239 torcedores naquela noite de quarta-feira, 28 de abril.
Todo de branco, o Santos entrou em campo com Felipe, George Lucas (depois Maranhão), Edu Dracena, Durval e Pará; Arouca, Wesley, Marquinhos (Rodrigo Mancha) e Paulo Henrique Ganso; Robinho e André (Zé Eduardo). Na arbitragem, Éber Roberto Lopes.
Logo aos dois minutos ocorreu o que o torcedor santista temia. A zaga e o goleiro Felipe cochilaram e Diego Tardelli apareceu para desviar um chute mascado do lateral-direito Carlos Alberto. 1 a 0. Aos 40 minutos, Tardelli recebeu em impedimento e chutou duas vezes para fazer o segundo. A situação começava a ficar bem difícil para o Santos, pois o saldo de gols poderia decidir a classificação.
Mas aquele time, como este de 2019, não parava de atacar, mesmo fora de casa. Em uma dessas investidas, aos 44 minutos, Wesley viu a penetração de Robinho e lhe deu um passe com efeito que o deixou cara a cara com o goleiro Aranha. Um leve toque e os times foram para o intervalo com o marcador parcial de 2 a 1 para o Atlético.
No início do segundo tempo, porém, nova bobeada da defesa e novamente Tardelli surgiu livre pelo meio da defesa para escolher o canto e fazer 3 a 1. Esse resultado permitiria ao Atlético se classificar para a semifinal mesmo perdendo por um gol de diferença na Vila Belmiro, no jogo de volta.
Ao final da partida, consciente da necessidade de fazer ao menos mais um gol, o Santos foi todo à frente, e aos 37 minutos, após envolvente troca de passes entre Ganso e Zé Eduardo, a bola foi cruzada com capricho para a segunda trave, onde Edu Dracena subiu muito alto e cabeceou firme para diminuir o marcador.
O Alvinegro Praiano perdeu no Mineirão por 3 a 2, mas sua coragem foi premiada. Na Vila Belmiro, dia 5 de maio, precisando vencer por dois gols de diferença para chegar à semifinal, o time dominou a partida do começo ao fim, venceu por 3 a 1 – gols de André, Neymar e Wesley – e caminhou, sereno, para o seu primeiro título da Copa do Brasil.
Equilíbrio no Independência 
Por Gabriel Santana, do Centro de Memória
Há um equilíbrio histórico nos jogos entre Atlético e Santos realizados no estádio Independência. A vantagem é do time da casa, mas não chega a ser acentuada, como em outros grandes clássicos do futebol brasileiro.
Dos 18 jogos já realizados entre os dois times, no Independência, o Santos ganhou seis, empatou três e perdeu nove, marcando 31 e sofrendo 37 gols.
Somadas todas as 96 vezes que se defrontaram, o Santos ganhou 35, empatou 24 e perdeu 37; marcou 140 gols e sofreu 146.
Pela Copa do Brasil, como já foi dito no texto acima, jogaram apenas duas vezes, em 2010, com uma vitória para cada lado, cinco gols santistas e quatro atleticanos.
Com dez gols, Pelé é o maior artilheiro santista do clássico. Toninho Guerreiro marcou sete; Neymar, seis; Ricardo Oliveira, Kléber Pereira e Gabriel, três gols cada.

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