A história não fala dos covardes 

[:pb]Guilherme Guarche, do Centro de Memória

No dia 31 de março de 1933, uma sexta-feira, nascia na cidade do Rio de Janeiro, Urubatão Calvo Nunes, um zagueiro/volante de muita fibra e muita garra, que honrou, como poucos, a camisa do Santos.

Ele foi contratado junto ao Bonsucesso, equipe carioca da qual também veio para o Peixe, o goleiro Manga. Sua estreia no Peixe foi no dia 12 de fevereiro de 1954, em partida amistosa realizada na Vila Belmiro, na vitória do Alvinegro sobre o Guarani de Campinas pelo placar de 3 a 2, tendo o Peixe formado com: Luiz, Hélvio e Cássio (Feijó); Urubatão, Formiga e Zito; Boca, Naldo, Álvaro, Hugo (Antoninho) e Tite. O técnico era o italiano Giuseppe Ottina. Os tentos santistas foram marcados por Álvaro (2) e Hugo.

Já na última vez em que entrou em campo para defender o Alvinegro aconteceu no dia 13 de abril de 1961, no estádio do Maracanã, contra o Vasco da Gama na derrota santista pelo placar de 2 a 1 com Pepe marcando o único tento santista, em partida do torneio Rio-São Paulo. Nesse encontro último de Urubatão, o Santos formou com: Lalá, Mauro e Dalmo; Jorge (Getúlio), Calvet e Urubatão; Dorval, Mengálvio, Álvaro (Sormani), Pelé (Tite) e Pepe. O técnico era Luiz Alonso Perez, o Lula.

Na Seleção Brasileira disputou apenas uma partida com a camisa canarinho e foi no dia 7 de julho de 1957, no Maracanã, diante da Seleção da Argentina, ele entrou no lugar do seu companheiro no time da Vila Belmiro, Zito. Nesse encontro que se tornaria histórico, pois o que marcou a primeira participação do garoto Pelé no Selecionado Nacional.

Pelo Peixe ganhou os seguintes títulos: Campeão Paulista em 1955/56/58 e 1960 e também o torneio Rio-São Paulo no ano de 1959.

Quando deixou a Vila Belmiro, Urubatão foi jogar no América do México. Como técnico do Alvinegro comandou o time em 26 partidas tendo vencido 13 empatado 6 e perdido 7 partidas. Sua grande conquista como técnico foi o Torneio Hexagonal do Chile em 1977.

O raçudo zagueiro e, também médio-volante, tinha o dom de estimular os companheiros com frases de efeito e uma delas que muito marcou sua trajetória no mundo da bola foi: “A história não fala dos covardes”.

Urubatão faleceu quando estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa, em Santos no dia 24 de setembro de 2010, aos 77 anos.[:]

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