Chapa quente em Chapecó

Por Odir Cunha
O Santos FC tem um bom saldo de vitórias sobre a Chapecoense. Segundo o Centro de Memória do Clube, em 12 jogos, todos pelo Campeonato Brasileiro, o Alvinegro Praiano venceu cinco, empatou um e perdeu apenas dois, marcando 12 gols e sofrendo cinco. O detalhe é que em quatro jogos em Chapecó o Santos só venceu um, perdendo dois e empatando um, sofrendo quatro gols e marcando dois.
Portanto, em Chapecó o peso da camisa não tem importado. Este ano, por exemplo, a Chapecoense está invicta no Campeonato Brasileiro, com três vitórias e três empates na Arena Condá. Entre suas vítimas estão o Flamengo, derrotado por 3 a 2, e o Cruzeiro, por 2 a 0.
No ano passado, quando estava entre os mais bem colocados do campeonato, uma derrota por 2 a 0, em Chapecó, deixou o Santos mais distante da ponta. Portanto, todo o cuidado é pouco para o jogo deste domingo, às 19 horas.
O maior artilheiro santista do confronto é Ricardo Oliveira, com dois gols. Com um gol figuram Rildo, Gabriel, Diego Cardoso, Bruno Uvini, Geuvânio, Rodrigão, Copete, Yuri, Lucas Lima e Vecchio.
Clube jovem, fundado em 1973, a Chapecoense particpou do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em 2014 e desde então nunca foi rebaixada. O primeiro jogo com o Santos ocorreu em 26 de julho de 2014, na Vila Belmiro, onde 6.962 espectadores viram o Alvinegro Praiano vencer por 3 a 0, com gols de Rildo, Gabriel Barbosa e Diego Cardoso.
Na oportunidade, o técnico Oswaldo de Oliveira escalou o Santos com Aranha; Cicinho, Bruno Uvini, David Braz e Mena; Alison (depois Souza), Arouca e Lucas Lima; Thiago Ribeiro (Geuvânio), Rildo (Diego Cardoso) e Gabriel.
Tragédia que não se esquece
Por Guilherrme Gomez Guarche
Nas primeiras horas da madrugada do dia 29 de novembro de 2016, o avião da empresa aérea Lamia, que transportava a delegação da Chapecoense para a cidade de Medellin, na Colômbia, onde o time da Chapecoense iria disputar a final da Copa Sul-Americana diante do Atlético Nacional, sofreu um pane seca, vindo a cair na região de Antióquia, no território colombiano.
Dentre os mortos estava o capitão da equipe da Chape, Cléber Santana, que foi bicampeão paulista pelo Santos nos anos de 2006 e 2007. Entre os que sobreviveram ao acidente, estava o zagueiro Neto, que também jogou pelo Alvinegro da Vila Belmiro nos anos de 2013 e 2014.
O zagueiro William Thiago, que deveria jogar pelo Peixe no ano seguinte à tragédia, também estava entre os mortos. Um empresário autorizado pela diretoria santista tinha viajado um dia antes da queda do avião, levando consigo um pré-contrato para ser assinado pelo jogador. O empresário também conversaria com o meia-atacante Alejandro Guerra, do Atlético Nacional, hoje no Palmeiras, na tentativa de convencê-lo a vir jogar no Peixe.
Na última partida do Campeonato Brasileiro de 2016, diante do América Mineiro, o Santos homenageou Chapecoense usando em sua camisa
distintivo do time catarinense, assim como o símbolo do Atlético Nacional. A frase #ForçaChape ficou no lugar da propaganda máster da Caixa Econômica Federal, com os nomes dos titulares da Chapecoense na parte posterior da camisa e uma frase do hino do time homenageado: “Tu és”.
Nessa partida entrou em campo, de mãos dadas com Ricardo Oliveira, o garoto Carlinhos, que interpretava o índio Condá, mascote da Chapecoense. Carlinhos, de cinco anos, foi quem escolheu o time do Santos FC para entrar em campo, já que é fã dos mascotes santistas Baleião e Baleinha.
O então narrador esportivo da equipe da Fox Esportes, Deva Pascovicci, falecido no acidente, foi homenageado pela diretoria santista, que deu o seu nome às cabines de TV situadas no quarto andar do estádio Urbano Caldeira. O conceituado narrador era torcedor do Santos Futebol Clube.

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