O Título Brasileiro volta à Vila

Por Guilherme Guarche do Centro de Memória
Colaborou Wesley Miranda
Os títulos do Rio-São Paulo de 1997, Copa Conmebol 1998 e outras conquistas anteriores de torneios menores não amenizaram o desejo da torcida do Santos por um título de maior expressão.
Foram anos e anos de agonia, momentos que entraram para a memória do torcedor santista, como a final do Brasileiro de 1995 perdida para o Botafogo após um erro calamitoso do árbitro. O vice do Paulistão de 2000 contra o São Paulo ou a eliminação nos acréscimos para o Corinthians no Paulistão de 2001 parecia impossível ser campeão novamente.
Quis os Deuses do futebol, devido a uma necessidade financeira, que o Santos resgatasse uma de suas maiores marcas: as pratas da casa. Fundado em 14 de abril de 1912 por alguns jovens, entre eles os futuros selecionáveis Arnaldo Silveira e Adolpho Millon Jr, o Santos sempre se destacou por revelar ao mundo grandes jogadores como Pelé, Pepe, Coutinho, Edu, Clodoaldo entre outras dezenas de grandes notáveis de várias gerações distintas, incluindo aquela que recebeu a alcunha de Meninos da Vila de Chico Formiga com Juary, Pita, João Paulo…
Promovendo jovens promessas do futebol, mesclando com experientes, sob o comando do técnico Emerson Leão, o Santos iniciou o Brasileiro de 2002 como coadjuvante, desacreditado e até ameaçado na permanência da elite do futebol brasileiro.
No último campeonato antes da “Era dos pontos corridos”, a classificação para as quartas de finais só veio na última rodada, mesmo com a derrota para o São Caetano, já que o adversário direto, o Coritiba, perdeu para o Gama.
Passando em oitavo lugar, o Santos enfrentaria o time de melhor campanha até então: o São Paulo, grande favorito ao título. No primeiro confronto das quartas, na Vila Belmiro, o Santos abriu vantagem de 3 a 1. No segundo confronto, no Morumbi, o time que precisava empatar, consolidou a classificação com uma nova vitória e de virada por 2 a 1.
Chegava a vez do Grêmio, do técnico Tite. O Santos abriu vantagem com 3 a 0 na Vila Belmiro. Mesmo com a derrota no Sul por 1 a 0, o Santos voltava a disputar uma final de Campeonato Brasileiro, e era inédita, contra o rival Corinthians, que tentava a tríplice coroa da temporada, já que tinha conquistado o Rio-São Paulo e a Copa do Brasil.
No primeiro jogo, no dia 8 de dezembro de 2002, debaixo de muita chuva, o Santos venceu por 2 a 0, abrindo vantagem para o jogo final. No dia 15 de dezembro, há 18 anos, o Santos podia perder por 1 a 0 para conquistar seu sétimo título Brasileiro, e colocar fim ao incomodo jejum de títulos nacionais.
Alberto estava suspenso e Diego, com segundos de jogo, se machucou, sendo substituído por Robert. O goleiro Fábio Costa segurou o 0 a 0, até que aos 37 minutos do primeiro tempo, Robinho pedalou até ser derrubado na área. A chance foi convertida em gol. Na segunda etapa, os gols do rival, Deivid aos 30 e Anderson aos 39 minutos, deram um ar de dramaticidade a decisão, colocando tensão na torcida peixeira.
Até que aos 43, Elano fez a torcida santista explodir em alegrias e lágrimas no Morumbi, tendo a mais que absoluta certeza que era o fim da agonia.
Mas para coroar a conquista, Léo, nos acréscimos, anotou o gol que “fechou as cortinas” daquele ano do futebol, ano em que a Seleção conquistou o Pentacampeonato da Copa do Mundo e o Santos abriu uma nova era.
100%
Essa foi a quinta vitória do Santos em cinco jogos contra o Corinthians naquele ano de 2002, o feito garante ao Santos o posto de maior algoz em uma temporada do time rival.
Campanha
Foram 31 partidas com 16 vitórias, seis empates e nove derrotas, com 59 tentos marcados e 41 sofridos.
Participações no certame
Júlio Sérgio(22), Maurinho (25), Preto (21), André Luis (18), Léo (29), Paulo Almeida (28), Renato (31), Elano (29), Wellington (12), Diego (28), Alexandre (13), Robinho (30), Fabiano Souza (2), Alberto (29), Bernardi (3), William (18), Douglas (8), Alex (25), Pereira (7), Adiel (4), Canindé (1), Rafael (4), Robert (16), Michel (4), Bruno Moraes (2), Fábio Costa (6) e Marcão (1).
Artilheiros do time na competição
Alberto (12), Diego (10), Robinho (10), Elano (09), Léo (06), William (03), Alex (03), Robert (02), Renato (02), Douglas (01) e André Luis (1).

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