Lembra do “piloto automático”?

Em 56 jogos disputados ao longo da história, o Santos FC mantém uma larga vantagem sobre o Atlético Paranaense, com 27 vitórias e 15 derrotas. Esses times, que jogaram pela primeira vez em dezembro de 1926, em Curitiba, também já disputaram as quartas de final da Copa Libertadores em 2005. Mas o que o torcedor lembra mesmo é o tal do “piloto automático” de 2004, quando o Atlético parecia fazer um voo tranquilo rumo ao título brasileiro, mas acabou atropelado no final pelo Santos FC de Robinho, Léo, Elano e Ricardinho, Mauro, Paulo César, Deivid, Preto Casagrande & Cia.

A cinco rodadas para o fim do Brasileiro e com dois pontos de vantagem sobre o Santos FC, Levir Culpi, técnico do Atlético, disse que sua equipe estava no “piloto automático” rumo ao título. Isso motivou ainda mais os jogadores santistas e o técnico Vanderlei Luxemburgo, que obtiveram quatro vitórias e um empate nos últimos jogos e terminaram à frente do rival com uma vitória sobre o Vasco, em São José do Rio Preto.

Este oitavo título brasileiro do Santos FC só veio depois de muita superação, pois o time teve de mandar vários jogos no Interior de São Paulo, após uma punição da CBF, e ainda ficou sem Robinho em várias rodadas, devido ao sequestro de sua mãe. Para completar, a equipe teve nove gols legítimos anulados durante o campeonato.

No ano seguinte, os times voltaram a se duelar pelas quartas de final da Copa Libertadores. Favorito, o Santos FC poderia ter vencido em Curitiba, pois empatava, criava chances e tinha um jogador a mais, já que um adversário tinha sido expulso. Mas sofreu um gol no final, perdeu por 3 a 2 e ficou com a obrigação de vencer na Vila Belmiro. Porém, desfalcado de Robinho e Léo, convidados para um amistoso da Seleção Brasileira, perdeu por 2 a 0.

A partida praticamente decidia uma vaga para a decisão da Libertadores daquele ano, pois na semifinal o mexicano Chivas Guadalajara já tinha anunciado que jogaria com reservas, o que realmente fez. Na decisão, o São Paulo bateu o Atlético e se classificou para a decisão do título mundial, o que acabou conquistando.

No primeiro jogo, Athié foi o árbitro

Lembra o historiador Guilherme Gomez Guarche, do departamento de memória e estatística do Santos FC, que na primeira partida entre ambos,  jogada em 12 de dezembro de 1926, no Estádio da Água Verde, em Curitiba, o Santos FC venceu por 3 a 1, com dois gols de Camarão e um de Hugo, e conquistou o primeiro troféu interestadual de sua história, a Taça Moreira Garcez.

O curioso desse primeiro confronto é que o árbitro foi Athié Jorge Cury, que no ano seguinte viria a jogar como goleiro no quadro santista e de 1945 a 1971 se tornaria o presidente mais longevo e vitorioso do Santos Futebol Clube. Naquele dia o Alvinegro Praiano jogou com Agne, Bilú e David; Américo, Julio e Renato Pimenta; Omar, Camarão, Hugo, Abel e Evangelista.

Números do confronto

Com informações dos nossos pesquisadores Guilherme Gomez Guarche e Gabriel Santana, vamos às estatísticas do duelo:

No geral as equipes já se defrontaram 56 vezes, com 27 vitórias do Santos FC, 14 empates e 15 vitórias do Atlético Paranaense. Nesses jogos o Santos FC marcou 90 gols e sofreu 62.

Se computados apenas os jogos pelo Campeonato Brasileiro, o Santos FC tem mais do que o dobro de vitórias do oponente. Em 43 partidas são 22 vitórias santistas contra 10 do adversário e 11 empates, com 71 gols a favor e 44 contra.

Se pesquisadas apenas as partidas pelo Brasileiro no estádio no estádio da Arena da Baixada, o Atlético leva vantagem com sete vitórias, três derrotas e cinco empates, em 15 jogos no total. O Santos FC marcou 14 gols e sofreu 19.

O show de Neymar

Em uma de suas grandes exibições no Santos FC, Neymar marcou os quatro gols da vitória de 4 a 1 sobre o Atlético Paranaense, no Pacaembu, em 29 de outubro de 2011. Válida pelo Campeonato Brasileiro e jogada em um sábado, às 18 horas, a partida foi assistida por 18.541 espectadores. O técnico do Santos FC era o interino Tata.

Maiores artilheiros santistas contra o Atlético Paranaense

1 – Neymar, 6 gols.

2 – Ricardinho e Kayke , 4 gols.

4 – Paulinho McLaren, Rui Gomide, Bruno Henrique, Edu e Kléber Pereira, 3 gols.

9 – Robinho, Viola, Alessandro, Camarão. Cícero, Gabriel e Geuvânio, dois gols.

Técnicos que mais dirigiram o Peixe nos confrontos

1 – Vanderlei Luxemburgo, nove vezes.

2 – Dorival Júnior e Emerson Leão, cinco vezes.

4 – Gallo, quatro vezes.

5 – Ademar Pimenta, Antônio Fernandes, Levir Culpi e Pepe, três vezes.

9 – Candinho e Claudinei Oliveira, duas vezes.

(Texto: Odir Cunha / Foto: Arquivo Santos FC)

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