Desabamento no Ulrico Mursa

Por Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Treze anos antes do desabamento dos alambrados na Vila Belmiro, em que 32 986 pagantes se apertavam para ver o clássico Santos e Corinthians, um acidente parecido ocorreu no estádio Ulrico Mursa quando a Portuguesa Santista enfrentava o Santos, também pelo Campeonato Paulista.
Era um domingo, 10 de junho de 1951. O Alvinegro Praiano, dirigido pelo técnico Niginho, atuava com Leonídio, Hélvio e Charré; Nenê, Pascoal e Ivan; Cento e nove, Antoninho, Cilas, Odair e Tite. A Portuguesa se apresentava com Andú; Seixas e Olavo; Brandãozinho II, Nelson e Cabeção; Plínio, Zinho, Vaguinho, Baia II e Rubens.
Em campo o jogo seguiu seu curso normal e o Santos venceu por 3 a 1, com dois gols de Cilas e um de Odair (Vaquinho marcou para o time da casa). Mas nas velhas e carcomidas arquibancadas de madeira a situação não foi tão tranquila. Houve um desabamento atrás de uma das metas e cerca de 20 torcedores se feriram.
Imediatamente o departamento médico da Portuguesa se desdobrou para atender aos torcedores. Felizmente os ferimentos eram leves e o jogo prosseguiu, ao contrário do que ocorreria em 1964, na Vila Belmiro, quando apenas sete minutos foram jogados e a partida teve de ser interrompida, pois havia mais de 100 feridos, alguns com gravidade.
Aquele jogo entre Santos e Portuguesa Santista, também chamado de “Clássico das Praias”, ou “Derby do Soccer Santista” teve um público oficial de 7 700 pessoas, com renda recorde, para o duelo, de Cr$ 91 105,00. Naquela tarde os times se enfrentaram pela 53ª vez na história. Até hoje, Peixe e Briosa já disputaram 105 partidas, com 68 vitórias do Santos, 23 empates e 15 vitórias da Portuguesa.

Pular para o conteúdo