Último Hexagonal do Rei

Dos muitos torneios internacionais a receber clubes brasileiros – em uma época em que o calendário permitia essas excursões pelo mundo –, um dos de melhor nível técnico era o Hexagonal do Chile, que geralmente reunia três equipes chilenas e outras três estrangeiras de ótimo nível técnico. O Santos venceu três vezes esse torneio: em 1965, 1970 e 1977. Em 1970 a conquista correspondeu ao último Hexagonal do Chile vencido pelo Rei Pelé.
O Santos começou titubeante, perdendo para o Colo-Colo, campeão chileno de 1970, por 4 a 3. Depois, venceu o Universitário, campeão peruano de 1969, por 4 a 1; empatou com o Dínamo de Zagreb (ex-Iugoslávia, hoje Croácia) por 2 a 2; venceu a Universidad de Chile, campeã chilena de 1969, por 2 a 0; goleou o popular América, do México, por 7 a 0, e por fim ficou na dependência do resultado contra a Universidad Católica, jogo do dia 7 de fevereiro de 1970, um sábado, para ser campeão.
Para este confronto decisivo o técnico Antoninho escalou o Alvinegro Praiano com Joel Mendes, Haroldo, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Lima e Nenê; Manoel Maria, Coutinho (Marçal), Pelé e Abel (Djalma Dias).
O centroavante Coutinho fez o primeiro gol aos 16 minutos e Pelé ampliou nove minutos depois. O Santos sempre se manteve à frente, controlando a partida, e no final venceu por 3 a 2, comemorando o título diante dos 63.648 pagantes.
Pelé, que marcou dois gols contra a Universidad Catíolia, foi o artilheiro santista do torneio, com oito gols, seguido por Coutinho, Douglas e Rildo, com dois gols. Marcaram ainda Nenê Belarmino, Joel Camargo e Herrera (contra).
Curiosidade: O quarto-zagueiro Djalma Dias, então com 30 anos, entrou nessa partida substituindo o ponta-esquerda Abel. Djalma tinha sido titular da Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa de 1970. Ele disputou 109 partidas pelo Santos, entre 1969 e 1971, marcando três gols. Nascido no Rio de Janeiro em 21 de agosto de 1939, Djalma Dias morreu na mesma cidade, em 1º de maio de 1990. O ex-jogador Djalminha é seu filho.
Alfredinho Lambreta
Guilherme Gomez Guarche
Em 7 de fevereiro de 1927 nascia, na cidade de Cascavel, Ceará, Alfredo Sampaio Filho, ou simplesmente o Alfredinho Lambreta, que jogou na ponta-direita do Santos FC de 1955 a 1958.
Alfredinho veio para o Santos contratado junto à Linense e sua primeira partida pelo Peixe foi no dia 21 de agosto de 1955, na derrota do Alvinegro para o Esporte Clube Corinthians de Presidente Prudente, no campo do clube interiorano, pelo placar de 2 a 1.
O Alvinegro Praiano jogou com Manga, Wilson e Ivan; Ramiro, Zito e Urubatão; Alfredinho (Carlinhos), Zinho, Otávio, Nicácio e Pepe. O técnico era Luiz Alonso Perez, o Lula. O gol santista foi marcado por Zinho.
Alfredinho fez 121 jogos pelo Santos e marcou 32 gols. Ele encerrou a carreira jogando pelo Comercial de Ribeirão Preto, no início dos anos 60. Foi também auxiliar-técnico de Lula na conquista do bicampeonato mundial interclubes, contra o Milan, no Maracanã. Depois, como técnico principal, comandou o Santos de março a junho de 1976. Em 17 partidas, venceu cinco, empatou cinco e perdeu sete.
Curiosidade: Alfredo Sampaio foi bicampeão paulista pelo Alvinegro em 1955/56. Em 1958 comentou: “Ele (Pelé) é que jogou comigo, pois quando ele chegou ao Peixe, eu já era bicampeão”. Alfredinho morou durante bom tempo de sua vida na cidade de Ribeirão Preto, com um de seus filhos, no bairro de Lagoinha, e seu passatempo predileto era prosear com o amigo Glostora, que foi massagista do Peixe em 1974. Alfredo Sampaio faleceu em 4 de abril de 2017, aos 90 anos, em sua casa, em Ribeirão Preto.

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