Titularidade, lama no rosto, faixa de capitão e gol: a noite do incansável Wagner Leonardo

A terceira rodada da primeira fase da Copa São Paulo de Juniores reservou uma grande missão para o santista Wagner Leonardo. Na última segunda-feira (8), o zagueiro improvisado de volante substituiu Guilherme Nunes, suspenso pelo terceiro cartão amarelo e, além disso, herdou de seu companheiro a faixa de capitão do Santos FC. Incansável do início ao fim da partida, o atleta de 18 anos foi coroado com o último gol santista na vitória por 3 a 1 sobre o Grêmio Novorizontino.
Já classificados para a segunda fase da Copinha, Santos FC e Grêmio Novorizontino disputavam a liderança do Grupo 04, conquistada pelo Peixe ao término da rodada. Mesmo com o Peixe garantido no decorrer da competição, Wagner encarou a partida como uma final e agarrou firme a chance de usar a braçadeira que um dia foi de Zito, eterno capitão do Alvinegro Praiano.
“Eu estava esperando essa oportunidade há muito tempo. Encarei como um grande desafio. O Guilherme é um dos mais experientes deste elenco e para mim foi uma oportunidade. Não foi fácil, foi difícil, mas graças a Deus soube aproveitar e fui feliz nesse jogo. Graças a Deus também fui abençoado com um gol”, comentou.
Apesar do placar, a partida foi muito equilibrada no estádio Dr. Jorge Ismael de Biasi. Walison Madalena abriu o placar aos 19 minutos do primeiro tempo e, no lance seguinte, os visitantes empataram com Victor. Em um gramado prejudicado pela forte chuva em Novo Horizonte, Wagner Leonardo e o time santista ainda viram a pressão adversária aumentar ao ficarem com um jogador a menos, aos 31 minutos da primeira etapa, quando Vitor Mendes foi expulso.

Wagner Leonardo atuou nas três partidas do Peixe nesta Copinha 2018 (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC)

“Foi um jogo muito difícil. Ainda no primeiro tempo comecei a sentir a panturrilha pegando e as coxas muito inchadas. O meio do campo tinha muita lama, parecia um pasto. A gente pisava e parecia estar na areia movediça. O gramado estava pesado. Foi muito difícil, tivemos que jogar com a alma, não tinha muita técnica que mostrar. Foi mais uma guerra do que um jogo”, ressaltou o camisa 15, que saiu de campo com barro dos pés à cabeça, inclusive no rosto.
Mesmo com a pouca idade, Wagner demonstrou muita maturidade e tranquilidade em meio às dificuldades da partida. Motivador, o veterano na base santista contagiou seus companheiros em campo.
“Agradeço ao professor Aarão por confiar em mim. Guilherme e eu temos juntado muito elenco, fechado o grupo. A cada carrinho que o time dava, a cada jogada que era preciso falar com o árbitro, eu pude ajudar. E o grupo estava contagiante. A gente ia falando (um para o outro) “não vamos tomar gol, não vamos tomar gol”,e graças a Deus, conseguimos marcar um gol no final da partida”, disse Wagner, que está nas categorias de formação do Santos FC desde o Sub-11.
Quando tudo parecia encaminhar a vitória santista por 2 a 1, a noite ainda reservava mais um grande feito para o volante. Aos 40 minutos da etapa final, após bola mal afastada pela defesa adversária, Wagner Leonardo interceptou na intermediária e acionou Vinícius Balieiro antes de correr para a grande área. Após cruzamento do lateral, o goleiro saiu mal e, bem posicionado, o capitão da noite aproveitou a falha do camisa 1 e deu um tapa para o gol vazio.
Em noite memorável, Wagner comemora seu primeiro gol na competição (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC)

“Passou muita gratidão a Deus na minha cabeça. Eu já estava exausto. Fui para o ataque e a bola sobrou no meu pé. Foi um presente de Deus, a bola sobrou no meu pé eu só empurrei. Foi maravilhoso, uma sensação inacreditável. Só me joguei no gramado (para comemorar), não tinha forças”,
Aguardando o adversário da próxima fase, que sairá do Grupo 03, Wagner demonstra confiança em seus companheiros no decorrer da competição. Mesmo com o provável retorno de Guilherme Nunes ao time, o polivalente se coloca à disposição do técnico Aarão Alves para atuar onde for preciso.
“Minha posição de origem é zagueiro, mas sempre que preciso também jogo de volante. Seja de zagueiro ou volante, o que importa é ajudar a equipe. Minha expectativa é grande, vejo o grupo fechado, querendo mostrar cada vez mais para nós mesmos e para os outros que somos capazes de chegar (na fase final). Agora é pôr os pés no chão, pois ainda não ganhamos nada, só passamos de fase, nos fechar e ir com foco e força total para próxima fase”.
A data e o horário da próxima partida do Peixe ainda não foram definidos.
Fotos: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC

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