Santos e Goiás, um duelo no Planalto

Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Estatísticas por Guilherme Guarche
Generalizou-se o uso da palavra “duelo” para substituir “jogo”, ou “partida”. Nós mesmos, do Centro de Memória, já a utilizamos com esse sentido. Porém, sabemos que o significado mais específico do termo tem a ver com luta, combate, batalha, peleja, desafio, enfim, um encontro renhido, geralmente sem favoritos. É assim que deve ser denominado o jogo deste sábado, às 17 horas, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, coração do Planalto Central do Brasil, entre Santos e Goiás.
Time que, mesmo fora de sua casa, costuma ser um adversário difícil para o Santos, o Goiás tem apenas uma derrota a menos no retrospecto dos 45 jogos pelo Campeonato Brasileiro contra o Alvinegro Praiano. Nessas partidas, o Santos venceu 15 vezes, perdeu 14 e empatou 16; marcou 71 gols e sofreu 63.
No total, Santos e Goiás se enfrentaram em 52 partidas, com 19 vitórias santistas, 16 derrotas e 17 empates, 92 gols a favor e 76 contra. Quando isolamos apenas os 23 jogos pelo Brasileiro jogados no Serra Dourada, a situação se inverte e o Santos passa a ter seis vitórias, dez derrotas e sete empates, com 31 gols marcados e 36 sofridos.
Adversário muito difícil de ser vencido em qualquer campo, o Goiás ficou dez partidas sem perder para o Santos, entre 5 de maio de 1983 e 15 de setembro de 1996, período em que obteve quatro vitórias e seis empates. Mas de lá para cá o equilíbrio tem prevalecido, com uma pequena vantagem santista.
A mais recente vitória alvinegra no Serra Dourada ocorreu em 8 de dezembro de 2013, um domingo, em que Cícero, de cabeça, e o argentino Montillo, em dois chutes rasteiros, construíram os 3 a 0 finais. À época treinado por Claudinei Oliveira, o Santos jogou com Aranha, Cicinho, Gustavo Henrique, Durval e Eugênio Mena (Émerson); Arouca, Alison (Alan Santos), Cícero e Montillo; Thiago Ribeiro (Everton Costa) e Geuvânio.
Que esse resultado de 2013 não engane, porém. O jogo, assistido por 25.238 pagantes, foi bem equilibrado e o Goiás, que lutava por uma vaga na Libertadores, estava melhor do que o Santos na tabela. Ao final daquele Brasileiro, o Santos ficou com 57 pontos, na sétima posição, enquanto o Goiás terminou com 59 pontos, em sexto.
Enfim, a história mostra que Santos e Goiás, qualquer que seja o campo, fazem lutas renhidas, quase sempre decididas pela técnica e pela tática, mas também pela garra e ousadia, atributos que não faltam a esse duelo.
Artilheiros santistas do confronto
1 – Nenê Belarmino e Ricardo Oliveira, 4 gols.
3 – Neymar, 3 gols.
Equilíbrio desde o início
Um generoso empate de 3 a 3 foi o resultado da primeira partida entre Santos e Goiás, amistoso festivo jogado em Goiânia em uma terça-feira, 19 de março de 1968, com a presença do presidente Costa e Silva.
Comemorava-se a conclusão da segunda etapa da barragem Cachoeira Dourada e por isso se convidou para o evento o afamado Santos, com Pelé, Carlos Alberto Torres, Cláudio, Ramos Delgado, Joel Camargo, Abel e companhia, que naquele 1968 conquistaria o Campeonato Paulista, o Brasileiro (Torneio Roberto Gomes Pedrosa) e a Recopa Sul-americana.
Porém, mesmo jogando bem e marcando três gols, com Pelé, Carlos Alberto e Douglas, o Alvinegro Praiano não conseguiu sair com a vitória, pois Rinaldo, duas vezes, e Garrincha, marcaram para os locais.

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