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Por Guilherme Guarche do Centro de Memória
A bela capital do Uruguai, Montevidéu, teve a honra de ser o berço natal de Rodolfo Sérgio Rodriguez y Rodrigues, que veio ao mundo no dia 20 de janeiro de 1956, uma sexta-feira e que anos depois seria eleito pela torcida santista como sendo o melhor goleiro estrangeiro que vestiu a camisa 1 do Santos.
Rodolfo iniciou sua carreira jogando na meta do Cerro em 1973, em seu país. Devido ao seu talento embaixo das traves ganhou destaque na imprensa uruguaia, chamando a atenção dos dirigentes do Nacional, time uruguaio que o contratou em 1983, e lá ficou defendendo essa equipe até o ano de 1983.
O Santos necessitava de um goleiro de prestígio e experiência, pois com a saída do goleiro Marolla, a meta estava enfraquecida. Rodolfo tinha sido um dos responsáveis pela conquista da Seleção do Uruguai do Mundialito de 1983 e essa conquista chamou a atenção dos dirigentes do Santos.
Só que o time do Nacional dificultava a negociação, e pedia um valor muito alto por ele. Ciente da situação, o Rei Pelé emprestou 120 mil dólares para que o clube fizesse a contratação de Rodolfo Rodriguez.
E no dia 25 de janeiro de 1984, Rodolfo Rodriguez fazia sua estreia na meta santista no amistoso no Estádio Ademar de Barros em Araçatuba/SP, no empate sem gols do Santos diante do Araçatuba.
O time do Alvinegro, dirigido por Chico Formiga, entrou em campo com a seguinte formação: Rodolfo Rodriguez, Toninho Oliveira (Betão), Márcio Rossini, Toninho Carlos e Paulo Robson; Pagani (Claudinho), Paulo Isidoro (Serginho Dourado) e Pita; Lino, Serginho Chulapa (Ronaldo Marques) e Camargo (Gerson).
Não demorou muito para que o grande goleiro se tornasse um dos maiores ídolos do time santista assumindo a meta praiana com grande autoridade.
Até hoje uma das jogadas imortalizadas no futebol brasileiro foi a monumental defesa que ele fez defendendo o arco santista na partida disputada na Vila Belmiro, no dia 14 de julho de 1984, pelo Campeonato Paulista, diante do América de São José do Rio Preto, quando realizou três defesas seguidas, em chutes desferidos por Mazola, Tarciso e Toninho, que viram espantados o “gringo” espalmar a bola para longe da pequena área.
Nessa partida que foi vencida pelo Peixe por 2 a 0 com os dois gols sendo marcados por Serginho Chulapa, o Alvinegro formou com: Rodolfo Rodriguez, Chiquinho, Márcio Rossini (Fernando), Toninho Carlos e Gilberto Sorriso (Paulo Robson); Dema, Humberto e Paulo Isidoro; Lino, Serginho Chulapa e Zé Sérgio. O técnico era o saudoso Carlos Castilho.
Ao final da partida, o jogador Tarcísio, do América, declarou que “Rodolfo era maior que o gol”.
Nesse mesmo ano, o gigante guardião santista ajudou o time a se sagrar com méritos Campeão Paulista pela décima quinta vez. Na partida final do campeonato o Santos venceu o arquirrival da capital pelo placar de 1 a 0 com gol de Serginho Chulapa.
O técnico nessa vitória inesquecível era Carlos Castilho que em um Morumbi lotado, escalou o Santos campeão com Rodolfo Rodriguez, Chiquinho, Márcio Rossini, Toninho Carlos e Toninho Oliveira (Gilberto Sorriso); Dema, Paulo Isidoro e Humberto; Lino, Serginho Chulapa e Zé Sergio (Mario Sergio). A defesa do Santos foi a melhor defesa do campeonato.
No ano seguinte, ajudou o Santos a ganhar Copa Kirin, diante da Seleção do Uruguai. Venceu os seus compatriotas por 4 a 2, e viveu um fato inédito em sua carreira.
Ficou na Vila Belmiro até o final de 1988, e transferiu-se para o Sporting, de Portugal, ficando no time português até o final de 1990. Jogou ainda pela Portuguesa de Desportos em 1991 e 1992, e encerrou a carreira no Bahia, em 1994.
No dia 18 de julho de 2010, a diretoria santista entregou uma placa para Rodolfo Rodriguez, em homenagem a grande sequência de defesas na partida contra o América.
Hoje, o sempre lembrado goleiro vive na cidade de Durazno, a 228 km da capital uruguaia. Ele é criador de gado da raça Hereford e tem mais de cinco mil cabeças de gado em sua bonita fazenda.
Títulos no Santos:1984 – Campeonato Paulista1985 – Copa Kirin1987 – Torneio Cidade de Marseille
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