Pelé 80: O dia que o menino usou calça comprida e terno

Pepe é, segundo ele, o maior artilheiro da história do Santos, com 403 gols marcados, pois entre os terráqueos, Pelé é de outro planeta. Pepe, o “Canhão da Vila”, costuma repetir a frase sempre com um sorriso estampado no rosto e a sabedoria de quem tem uma vida vitoriosa dedicada ao futebol, como atleta e treinador.
Pepe frequenta há várias décadas o salão de barbearia de seu amigo João Araújo, mais conhecido por Didi, apelido que ganhou desde que chegou a Santos vindo de Rio Pardo de Minas, pela semelhança com o ex-jogador Didi, o “Folha Seca”. Foi na histórica barbearia, nos arredores do estádio santista, bairro da Vila Belmiro, que Pepe contou uma passagem que merece ser amplamente divulgada, pois tem o Rei Pelé como personagem da história.
No distante mês de julho de 1956, o jovem barbeiro Didi, dois anos mais velho que seu mais famoso cliente, estava labutando em sua barbearia, quando um certo menino franzino deslumbrado com as novidades que via na cidade entrou na barbearia.
Pepe estava cortando o cabelo, bem vistoso naqueles distantes anos, e lembra que foi apresentado ao garoto vindo de Bauru. “Ele apertou firme minha mão e eu pensei: pelo menos personalidade esse garoto tem!”. Aos 21 anos, o ponta-esquerda já era um jogador famoso.
Pelé vestia um terno azul-marinho feito por sua mãe, dona Celeste, e inocentemente contou aos novos amigos que estava usando terno e calça comprida pela primeira vez na vida. Pelé, segundo Pepe, também ouviu o garoto pedir ao barbeiro Didi para que fizesse nele um topete para ficar parecido com seu pai Dondinho.
“Acho que o corte ficou do jeito que ele imaginava, porque nunca mais me largou”, brincou o simpático e também famoso barbeiro, Didi.

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