O Jogo Eterno do Voleibol do Santos FC

O Santos FC é conhecido mundialmente pelo futebol, mas não podemos deixar de destacar os grandes feitos e o legado de outras modalidades para a história do clube.
O voleibol, à época volibol, conquistou os principais campeonatos que disputou e, curiosamente, na década de 60, a Década de Ouro do futebol do Santos FC. O voleibol foi tricampeão estadual: 1968, 1969 e 1970; campeão brasileiro e campeão sulamericano. Ao longo de sua história, a modalidade acumulou mais de 100 títulos conquistados. Em 1968, no ano do auge, o time masculino realizou uma vitoriosa excursão à Europa. Foram 14 jogos e 13 vitórias.
Se dentro das quadras, o Santos FC era reconhecido pelas suas belas atuações e vitórias, era fora delas que o clube sofria suas derrotas.
Essa história é uma demonstração de um time abnegado não apenas pelo resultado, mas também pelo espetáculo.
Nos jogos de Poços de Caldas, os jogadores estavam decepcionados, pois o time só era escalado para os jogos da tarde. O Paulistano, com seus diretores amigos dos organizadores, jogava sempre à noite, com a casa cheia.
Os peixeiros do vôlei não pensaram duas vezes. Quando pegaram um adversário mais fraquinho, resolveram não apenas ganhar, mas “encompridar” o jogo na base da manchete, levantamento e um toquinho pra cá e pra lá. Só o primeiro set durou uma hora e tanto. Quando perguntaram se aquilo era feito de propósito, responderam tranquilamente que sim. Ou passavam a ser escalados para os jogos noturnos ou aquela partida iria terminar no dia seguinte. Os jogadores ficariam alternando as vantagens indefinidamente, ameaçando a pontualidade do jogo noturno. A plateia inclusive já começava a chegar e a lotar o ginásio para o jogo principal.
Com a garantia de uma escala segundo o gosto santista, os jogadores voltaram à quadra e, simplesmente, “liquidaram” o adversário. Rapidinho. E, com o ginásio cheio. O “jogo eterno”, como eles mesmo apelidaram, chegou ao seu fim.
 

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