Morte e vida de ídolos alvinegros

Guilherme Guarche
Há 51 anos, em 5 de fevereiro de 1968, jogando no lendário Estádio Nacional, Santiago do Chile, o Santos Futebol Clube sagrou-se Campeão do Torneio Octogonal do Chile, ao vencer a Seleção da Alemanha Oriental por 3 a 1, com dois gols de Negreiros e um de Toninho Guerreiro.
O detalhe, triste, é que três dias antes da final havia morrido, lá mesmo em Santiago, o dirigente e ex-jogador Nicolau Moran, que chefiava a delegação do Santos. O fato fez com que os organizadores batizassem o torneio com o nome do emérito santista.
Moran foi um meia-direita de grande habilidade. Vestiu a camisa do Santos  134, de 1931 a 1940, marcando 27 gols. Um dos jogadores que mais sentiu a sua morte foi o hoje comentarista esportivo Walter Ferraz de Negreiros, ou simplesmente Negreiros, que na partida final do torneio prometeu que faria um gol em homenagem a Moran, e acabou marcando dois gols, ambos comemorados com muita emoção e respeito.
A diretoria santista também homenageou o diretor falecido, dando o seu nome à concentração no Km 34 da Via Anchieta, que passou a ser conhecida como “Chácara Nicolau Moran Villar”.
O time do Santos que venceu a Alemanha Oriental e garantiu o título foi escalado pelo técnico Antoninho com Cláudio, Carlos Alberto (depois Negreiros), Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Clodoaldo e Lima; Wilson, Toninho, Douglas e Edu. Pelé, machucado, não participou da partida.
No Octogonal do Chile o Santos disputou sete partidas, vencendo seis e perdendo apenas para a Universidad de Chile, por 1 a 0. Suas vitórias, além da Alemanha Oriental, foram sobre: Seleção da Checoslováquia (4 a 1), Universidad Católica (4 a 1), Vasas, da Hungria (4 a 0), Racing, da Argentina (2 a 1) e Colo-Colo (4 a 1).
O Santos marcou 22 e sofreu sete gols no Octogonal. Seus artilheiros na competição foram Toninho Guerreiro, com sete gols; Edu, com cinco; Negreiros, com quatro, e Carlos Alberto Torres, com dois.
Nasce uma joia
A cidade de Mogi das Cruzes, localizada na região metropolitana de São Paulo e Alto Tietê ganhou no dia 5 de fevereiro de 1992, uma quarta-feira, um dos maiores presentes de sua história, pois nessa data veio ao mundo o garoto Neymar da Silva Santos Júnior, hoje um dos mais reluzente astros do futebol em todo o planeta.
Em sua infância o garoto também morou em Praia Grande, São Vicente e por último em Santos, quando já atuava nas equipes de base do time de Vila Belmiro. Seu descobridor foi o eterno capitão santista José Ely Miranda, o Zito, que o viu jogar futsal nas quadras do Gremetal e ficou impressionado com a habilidade do garoto, convidando-o imediatamente para treinar nas divisões menores do Peixe.
Neymar Jr, ou como a imprensa brasileira gostava de chamá-lo de “A Joia”, estreou com a camisa do clube que o projetou para o futebol mundial no dia 7 de março de 2009, no estádio do Pacaembu, na vitória por 2 a 1 sobre o Oeste de Itápolis, pelo Campeonato Paulista.
O garoto entrou no lugar do colombiano Molina. O time, orientado pelo técnico Vágner Mancini, jogou com Fábio Costa, Fabiano Eller, Domingos e Adaílton (Germano); Luizinho (Pará), Roberto Brum, Rodrigo Souto, Madson, Triguinho e Molina (Neymar) e Roni.
Aquela foi a partida de número 5.357 da história do Santos FC. Neymar jogaria 230 partidas pelo Alvinegro Praiano no período de 2009 a 2013.

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