Crônica: Santos FC e a Base como essência, mais uma vez

Texto: Dennis Calçada
Levado, travesso, abusado, alegre, peralta, ou seja, menino. Mais que isso, Menino da Vila. Com responsabilidade de gente grande. Afinal, vestir, saber se portar em campo e corresponder a camisa do Santos FC não é para qualquer um.
Fala-se muito que dentro de campo o futebol é para homem e dentro das quatro linhas não tem espaço para meninos. Engano. Até nisso gostamos de contrariar e provar o contrário. Nesta temporada não foi diferente.
Um homem formado em campo sem sua essência de menino de nada adianta. Por isso, aqui a nossa mescla não se resume na formação de um elenco com garotos e atletas mais experientes. Aqui a formação é diferente e esta mescla vai muito mais além.
Sim, na teoria as palavras são lindas. Bem, mas na prática também, e você, não apenas torcedor santista, mas amante do bom futebol pode comprovar em mais um ano com nosso Glorioso Alvinegro.
Afinal, como foi bonito o experiente Ricardo Oliveira jogando com a alegria de um menino. Quantas travessuras para cima dos adversários em forma de gols. 38 no total, considerando um pela Seleção. Ufa, fôlego de garoto para tantos gols.
Em contrapartida, o Menino Da Vila, Thiago Maia, se comportando como um experiente senhor do meio campo santista. Entrou e tomou conta daquele espaço com tremenda naturalidade.
Renato e Daniel Guedes. David Braz e Gustavo Henrique. Gabriel e Geuvânio. Zeca e Lucas Otávio. Assim como podemos citar tantos outros exemplos deste elenco nesta questão. Homens-meninos e meninos-homens, mas que de uma forma ou de outra, sempre entendendo e praticando a histórica filosofia do futebol bem jogado e de resultado. Claro, sem esquecer do nosso DNA ofensivo.
DNA esse que em 2015 literalmente entrou para a história do futebol. Com Ricardo Oliveira, artilheiro do Campeonato Paulista (11 gols) e Campeonato Brasileiro (20 gols), e Gabriel na Copa do Brasil (oito gols), o Santos FC foi o primeiro time na história a conseguir a “tríplice artilharia”.
Portanto somos e continuaremos desta maneira, sem perder esta essência, nosso maior patrimônio. Meninos que não param de sonhar, acreditam e desejam sempre mais. E homens para superar desconfianças e adversidades. Mas, mais que isso, com atitude para honrar este manto sagrado do Santos FC.
Um orgulho que nem todos podem ter.

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