Contra tudo e contra todos

Por Gabriel Santana, do Centro de Memória
Sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, o Santos juntava seus cacos e tentava ser um time competitivo no Campeonato Paulista de 2006. Foi então que em 12 de fevereiro veio o clássico contra o Corinthians.
O Santos, por sua vez, tentava se recompor com um time modesto, mas um técnico experiente e inovador. A partida, pela nona rodada do campeonato, atraiu 33.450 torcedores ao Morumbi, numa época em que os clássicos não tinham torcida única. Mesmo sem ser o favorito, o Alvinegro Praiano precisava da vitória para continuar na briga pelo título.
Naquela domingo Luxemburgo resolveu surpreender logo na entrada do gramado. Habitualmente os treinadores divulgavam as escalações com certa antecedência, porém, nesse dia, Luxemburgo não passou os onze iniciais à imprensa e o Alvinegro entrou em campo com 12 jogadores. Logo que percebeu, Antonio Lopes, o técnico corintiano, ficou como barata tonta, tentando descobrir qual seria o time santista.
Na verdade, Luxemburgo não queria que o técnico corintiano descobrisse antes da partida que o Santos jogaria com três zagueiros. Ao descobrir a mudança tática, Lopes entrou no gramado e, desesperado, passou a instruir cada um dos jogadores de sua equipe.
Apesar da surpresa inicial, o alvinegro paulistano começou pressionando e logo aos 4 minutos Coelho chutou uma bola na trave. O Santos investia nos contra-ataques e aos 9 minutos respondeu com um forte chute do lateral Neto, defendido pelo goleiro Marcelo.
Aos 15 minutos, o “personagem” da tática de Vanderlei Luxemburgo entrou em campo por força do destino. O atacante Reinaldo sentiu uma lesão muscular e foi substituído por Geílson, que no início se misturou aos titulares para confundir o adversário. O Corinthians terminou o primeiro tempo com mais posse de bola, porém as duas equipes tiveram oportunidade de abrir o placar.
No segundo tempo, a primeira grande chance de gol surgiu aos 15 minutos, quando Ricardinho ficou frente a frente com o goleiro santista Fábio Costa e mandou para fora. Em seguida, mais duas chances, porém o goleiro e a zaga formada por Manzur, Luiz Alberto e Domingos estavam em dia inspirado, o que salvou o Santos.
Aos 30 minutos a situação piorou, pois Luiz Alberto reclamou de um pênalti legítimo, reconhecido até pelo comentarista do Sportv, mas o árbitro José Henrique de Carvalho, além de não marcar nada, expulsou o zagueiro santista.
Três minutos depois, porém, Fabinho lançou Geílson em velocidade. Sozinho no ataque, ele driblou Betão ao dominar a bola e correu em direção à área, deixando o outro zagueiro corintiano, Marinho, para trás. De frente para o gol, Geilson bateu rasteiro, no canto esquerdo do goleiro, abrindo o placar do Clássico Alvinegro.
Sem forças para ameaçar o Santos, o alvinegro da capital tocava a bola sem objetividade. O Santos se aventurava às vezes ao ataque. Aos 40 minutos, Cléber Santana cobrou falta com violência, e a bola passou pela barreira, por baixo do goleiro corintiano Marcelo e cruzou a linha. Seria o segundo gol do Peixe, mas o árbitro não validou.
Mesmo terminando a partida com 10 homens, com um pênalti legítimo não marcado e outro gol mal anulado, o Santos venceu por 1 a 0 e encaminhou a conquista de mais um título paulista, o primeiro desde 1984.
Estatísticas do Grande Jogo
Por Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Até hoje o Santos já enfrentou o Corinthians em 329 oportunidades, obtendo 105 vitórias, 94 empates e 130 derrotas. Marcou 501 gols e sofreu 580.
Somente no século XXI foram 65 partidas, com 27 vitórias, 18 empates e 20 derrotas; 89 gols a favor e 81 contra.
Somente partidas no século XXI pelo Campeonato Paulista foram 24 jogos, dos quais o Santos venceu nove, empatou oito e perdeu sete, com 29 gols marcados e 27 sofridos.
No Itaquerão foram 10 partidas, com uma vitória, quatro empates e cinco derrotas, cinco gols a favor e 11 contra.
Pelo Campeonato Paulista só foram realizados três jogos no Itaquerão, com dois empates e uma derrota, um gol marcado e dois sofridos.
Artilheiros santistas do confronto neste século
Nos 18 anos do século atual, em 65 partidas disputadas, os principais artilheiros santistas neste confronto são:
1 – Ricardo Oliveira, 6 gols.
2 – Elano, 5 gols.
3 – Renato, Robinho, Neymar, André Felipe e Gabriel Barbosa, 4 gol

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