Santos, a máquina de jogar futebol

Por Guilherme Guarche, do Centro Memória
O quarto título de Campeão Paulista obtido pelo Santos foi garantido em um domingo, 14 de dezembro de 1958, justamente o ano em que a Seleção Brasileira conquistava o seu primeiro título de Campeã Mundial, na Suécia, com três craques santistas na equipe: Zito, Pelé e Pepe.
A goleada imposta ao time do Guarani nesse dia, em Campinas, pelo placar de 7 a 1, não deixava dúvidas de que o time praiano vinha encantando os torcedores e a imprensa esportiva e teria ainda muitas outras performances merecedoras de aplausos nos anos seguintes.
Pepe e Dorval, com um gol cada, Bidon que marcou contra suas próprias redes, e Pelé com quatro gols, foram os autores dos gols santistas na goleada diante do Bugre Campineiro dentro de seu próprio estádio, o conhecido Brinco de Ouro.
Pelé, no esplendor de seus 18 anos, e já reconhecido como um dos melhores jogadores do Brasil e do mundo, marcaria depois mais dois tentos na última rodada, no empate de 2 a 2 com o São Paulo.
Com esses dois gols assinalados frente ao Tricolor do Morumbi, ele chegava a incrível marca de 58 gols, recorde de artilharia que permanece intocável até hoje nos Campeonatos Paulistas.
Além do Rei Pelé, marcaram também no campeonato: Pepe (27), Pagão (13), Hélio (12), Dorval (11), Guerra (8), Jair Rosa Pinto (4), Álvaro (3), Ramiro e Zito um gol cada.
Antes da partida que deu ao Alvinegro o seu quarto título regional, o Santos “demolidor” tinha goleado a equipe do Parque São Jorge por 6 a 1, com Pelé marcando quatro gols e também o Juventus pelo estonteante placar de 7 a 1 com Pelé sendo o autor de três gols.
O Campeão da Técnica e da Disciplina, que festivamente comemorou a conquista em Campinas, foi comandando fora de campo pelo técnico Luiz Alonso Perez, o Lula, que mandou ao gramado a seguinte formação: Manga, Ramiro e Dalmo; Getúlio, Urubatão e Zito; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe.
A goleada sobre o bravo Bugre Alviverde era o desfecho de uma campanha irretocável. Em 38 jogos o Santos obteve 29 vitórias, não perdeu nenhum clássico, e sofreu apenas três derrotas, para as equipes interioranas do Noroeste, Taubaté e Ferroviária.
O Alvinegro de Vila Belmiro estufou as redes adversárias com 143 gols marcados e aplicou goleadas humilhantes como 10 a 0 no Nacional, 9 a 1 no Comercial, 8 a 1 no Guarani e no Ypiranga,
Há 106 anos o primeiro título ganho no campo do Velo Santista
Também em um domingo, 14 de dezembro do ano de 1913, o Santos obteve uma conquista pioneira. A goleada sobre o Clube Atlético Santista por 7 a 0, no Campo da Avenida Ana Costa, é o primeiro título de uma série de grandes conquistas, onde os troféus ganhos estão expostos no Memorial das Conquistas, nas dependências do Estádio Urbano Caldeira, no bairro da Vila Belmiro.
O curioso nessa jornada é que o placar foi obtido apenas no primeiro tempo, já que o adversário não retornou para a etapa complementar. O Santos, campeão da cidade, jogou com Durval Damasceno, Ernâni Toledo e Pilar; José Pereira, Ambrósio e Ricardo Pinto; Adolpho Millon, Haroldo Pires Domingues, Willian Paul, Harold Cross e Arnaldo Silveira. Técnico, Urbano Caldeira.
Na disputa dos segundos quadros houve empate de 1 a 1, e com esse resultado, o Santos também ganhou o título santista da categoria.

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