Memória: Santos FC vencia o Milan e conquistava o Bicampeonato Mundial

No dia 16 de novembro de 1963, perante um público pagante de 120.421 espectadores, o Santos FC se sagrava Bicampeão Mundial Interclubes ao vencer no Maracanã a equipe do Milan pelo placar de 1 a 0 com um gol de pênalti marcado pelo lateral Dalmo Gaspar, formando o Peixe com: Gilmar; Ismael, Mauro e Dalmo; Lima e Haroldo; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Almir e Pepe. Técnico Luiz Alonso Perez, o Lula.
Como acontecera na partida anterior, os jogadores Calvet, Zito e o Rei Pelé não participaram da decisão por estarem contundidos e foram substituídos brilhantemente por Haroldo, Lima e Almir, o pernambuquinho que foi o grande nome da partida ao ser atingido pelo zagueiro Maldini dentro da área resultando na penalidade máxima que Dalmo converteu dando o título ao Alvinegro mais famoso do mundo.
Dois dias antes, o Alvinegro mais famoso do mundo vencia de forma dramática a primeira partida decisiva no mesmo lendário estádio do Maracanã, em noite chuvosa acompanhada por um entusiasta público pagante de 132.728 espectadores alucinados com a virada heroica no placar que deu a vitória ao Peixe por 4 a 2 com dois gols de falta do ponta-esquerda Pepe e um de Almir e outro de Lima, com esse resultado inesquecível, o Peixe que houvera perdido o primeiro jogo pelo mesmo placar na Itália, decidiu o título com os italianos vencendo pela segunda vez a tão ambicionada taça, se sagrando Bicampeão Mundial Interclubes.
Para chegar ao título mundial, o Alvinegro disputou e venceu a Taça Libertadores da América ganhando da equipe argentina do Boca Juniors na primeira partida por 3 a 2 no estádio do Maracanã e a segunda no estádio de La Bombonera em Buenos Aires por 2 a 1 com gols de Coutinho e Pelé.
O jornal “A Tribuna” assim descreveu a partida que deu o título ao Santos FC:
OBRIGADO SANTOS!
“Veio, afinal, a vitória que todos esperávamos – brilhante, inequívoca e incontestável. E o que mais eleva o mérito desse triunfo é a forma como foi ele conseguido: à custa de muito desprendimento e esforço de um grupo de bravos atletas, que compreenderam a tarefa que lhe foi atribuída. Não foi fácil, em momento algum, a caminhada até o final, o final glorioso. Pelo contrário, os obstáculos, a princípio, pareciam intransponíveis e, em verdade, somente puderam ser ultrapassados em consequência dessa confiança na própria força que de uns tempos para cá vem caracterizando o esporte brasileiro. O Santos, ontem, contra o Milan – em seu inigualável sucesso – foi mais Santos do que nunca. A prova de vitalidade que deu, surgindo para a vitória, após um largo período de menor inspiração, demonstra claramente a grandeza de suas reservas e as possibilidades amplas de que dispõe para manter-se, por muito tempo ainda, no ponto culminante do cenário futebolístico mundial. O significado de seu feito – analisadas as circunstâncias em que o mesmo foi obtido – transcende o valor puro e simples de quaisquer palavras com que se pretenda adjetivá-lo para situar-se no rol dessas antigas façanhas épicas, magníficas, grandiloquentes, insuperáveis. Saudemos, pois, o Santos FC, nesse instante magno de sua história, que outra coisa não representa senão um motivo de justo orgulho para sua cidade, que lhe deu o nome, a força e o incentivo, nunca negado para trilhar o caminho da glória. É muito grande a nossa alegria. Obrigado Santos!”.
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística

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