Memória: Em 1933, Santos FC realizava a primeira partida no regime profissional

No dia 12 de março de 1933 realizou-se no Brasil a primeira partida de futebol no regime profissional, pondo fim ao regime amador. Essa primazia coube ao Santos FC jogá-la na Vila Belmiro e foi um placar não muito agradável ao time peixeiro que perdeu para o São Paulo da Floresta pelo placar de 5 a 1, com Logu marcando o tento único do Alvinegro Praiano, que sofreu gols de craques consagrados no time adversário como Friedenreich que marcou o primeiro gol no regime profissional seguido por Araken Patusca e Waldemar de Brito com dois gols cada um. Waldemar de Brito anos mais tarde seria conhecido como a pessoa que trouxe o garoto Pelé para a Vila Belmiro.
Nessa partida amistosa os torcedores do time do São Paulo da Floresta, decidiram provocar os torcedores santistas chamando-os pejorativamente de “Peixeiros” só que o termo criado em função do clube ser de uma cidade praiana, acabou sendo incorporado com orgulho pela gente santista e tornou-se o apelido do time Alvinegro e de sua massa torcedora que assumiram o apelido dizendo “Peixeiros, sim com muita honra”. O apelido pegou e até hoje o insuperável Alvinegro é chamado por todos carinhosamente de “Peixe”.
Curiosidade
Ninguém no clube ignora que a baleia é um mamífero, forte, bonito e poderoso como é o Santos FC. Conforme o Estatuto Social do clube, aprovado no dia 12 de março de 2011, 78 anos depois da partida pioneira, na qual os santistas adotaram com orgulho o apelido de “Peixe” ficou decidido no Capítulo 1 art.º 4 que o Santos FC tem como mascote oficial a majestosa Baleia, outro animal aquático. Portanto, ter a alcunha de “Peixe” e como mascote a Baleia enriquece cada vez mais a rica, vitoriosa e centenária história do Alvinegro mais famoso do mundo. Em 1921, pela primeira vez o Santos FC foi identificado e representado por um peixe, o jornal paulistano Ítalo Paulista, Pasquino Coloniale, apresentava o símbolo em uma charge, o desenho mostrava um representante do Palestra Itália à beira-mar, admirando um peixe que representava o Santos FC.
Nos anos de 1930, um português chamado João Brito, já ilustrava o peixe nas páginas da Gazeta Esportiva, em 1943 esse mesmo desenhista sugeria que o Santos FC adotasse como mascote um marinheiro nas páginas da Gazeta Esportiva Ilustrada. No ano seguinte, o peixe ganhou grande popularidade com as divertidas charges feitas pelo artista plástico de nome Nino Borges. O desenho da Baleia como símbolo do Santos FC foi feito pelo cartunista Messias de Melo do jornal A Gazeta Esportiva nos anos 50, em Santos quem divulgou a Baleia como símbolo santista foi o cartunista JC Lobo nas páginas do jornal A Tribuna. No entanto a Baleia que é usada pelo clube como mascote na realidade é uma orca.
“O peixe nos era atirado à face.
O sentido pejorativo e zombeteiro começou a nos dar mair força.
A esperança de dias melhores nos animava a tudo suportar.
Para nós o passado sempre foi glórias.
E em 1933 vinha o primeiro revide.
As lágrimas transformaram-se em pérolas vindas do mar.
A tristeza virou alegria infinda.
A tortura passou a ser fonte da pureza que nosso branco representa.
O sofrimento foi traduzido por prazer.
E soando alto e forte saiu o grito: peixeiro com muita honra.
Tudo começou a mudar.
O ideal dos homens das belas praias santistas passou a ser respeitado, e peixeiro, um título de honra.
Nas lapelas um novo símbolo; um peixe.
Símbolo de glórias, alegrias e satisfação.
E aumentou a corrente.
Grito que hoje se materializa em um galardão.
Peixeiro hoje é mérito.
A medalha do mérito dos peixeiros representa esse grito.
Grito que conta um passado, vive um presente, e preve a continuidade das glórias.
Grito que diz:
Peixeiro com muita honra!
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística

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