Memória: Santos FC era Bicampeão da Taça Brasil

No dia 02 de abril de 1963, o Santos FC sagrava-se Bicampeão da Taça Brasil referente ao ano de 1962, ao vencer no Maracanã, por 5 a 0 o Botafogo com gols de Dorval, Pepe, Coutinho e Pelé (2) formando com: Gilmar; Lima, Mauro e Dalmo; Zito e Calvet; Dorval, Mengálvio, Coutinho (Tite), Pelé e Pepe. O técnico era Luiz Alonso Perez, o Lula.
Os 70.324 espectadores presentes ao Estádio do Maracanã assistiram satisfeitos uma das melhores partidas entre as dua equipes. Santos e Botafogo eram os times que serviam de base à Seleção Brasileira nos anos de 1960. Nesse encontro entre os dois Alvinegros além dos craques do Peixe que eram convocados constantemente no Botafogo jogaram os selecionáveis: Nilton Santos, Garrincha, Amarildo e Zagallo que participaram da Copa do Mundo, no Chile em 1962.

Curiosidade
O jogo do século assim ficou denominada essa partida pela imprensa carioca, foi assistida por dois cosmonautas russos que disseram: “Pelé não é deste mundo”. Quem ficou maravilhado também foi o poeta Guilherme de Almeida que escreveu:
“Ficar durante noventa eternidades, isto é, noventa minutos, pregado,hipnotizado, diante do vídeo. Medo de ter palpite – a vergonha daqueles 3 a 1 – com baile, outro dia, por trinta e sete milhões de cruzeiros – tudo contra a gente – no Maracanã de novo – os fatores campo e torcida – o locutor contou que havia apostas humilhantes para nós – mas Gilmar disse ao repórter que: “Nunca o Santos perdeu duas vezes seguidas”- ? – aquele comentarista respondendo a uma consulta – Pelé já marcou em toda a sua carreira quatrocentos e um gols, mas nunca marcou um único nos jogos da Taça Brasil – eles ganharam o toque – começam ganhando – mau, mau – foi dada a saída…
É agora. Religiosidade: – a gente benze-se, diz “Valha-nos Deus!”, faz figa, dá com os nós
dos dedos três pancadinhas na madeira. O gigantesco disco do Maracanã. Um samba (não quadrado, pois que é disco) bossa-nova. E a gente vai ouvindo: – Defesa espetacular de… Terceiro escanteio contra nós – o gol está pingando… Não pingou… Quase… Arre!
De repente:
“Gol de Dorval aos vinte e seis minutos do primeiro tempo: Um a zero”.
“Gol de Pepe aos quarenta e um minutos do primeiro tempo: dois a zero”.
“Gol de Coutinho aos nove minutos do segundo tempo: três a zero”.
A gente respira. Mas, cuidado com a virada! Olha só: quase que… Então aquele
que, pelos mundos por onde tem andado e em que tem reinado, já fez
quatrocentos e um gols, mas para a conquista da IV Taça Brasil, nunca havia
feito um único, brincando assina a nanquim as duas últimas faixas, twist, bossanova,
do long-play guanabarino. Assina a nanquim:
“Gol de Pelé aos trinta minutos do segundo tempo: quatro a zero”.
“Gol de Pelé aos trinta e cinco minutos do segundo tempo: Cinco a zero”.
Sobre o grande círculo, Zito ergue a taça que a noite carioca enche de estrelas.
No vestiário, descalçando a chuteira, o Rei sorri!”
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística

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